Bem como uma organização do terceiro setor, para uma equipe de competição é imprescindível dispor de recursos para a sustentabilidade de seu projeto. Quando falamos em recursos, é mais que apenas no sentido financeiro, mas engloba também capital humano e materiais necessários para a execução de suas atividades. No entanto, mais que a boa vontade e o esforço de seus integrantes, é fundamental a viabilização econômico-financeira do projeto, e com isso, vale destacar aqui a importância do financiamento para a pesquisa científica e a concretização de diferentes projetos, no caso da UFRJ Nautilus, a inovação no campo dos submersíveis e sistemas de automação.
Atualmente, com a pandemia do coronavírus (COVID-19), vimos na prática o papel da pesquisa científica e o quanto esta é fundamental para a sociedade. Não é mistério, pois, que investir em ciência e tecnologia é crucial para a evolução de um país. Aqui tratamos o conceito de pesquisa científica como um conjunto de processos metodológicos a fim de gerar novos conhecimentos e desenvolvimento para a sociedade como um todo. Assim o investimento, seja privado ou estatal, em ciência e tecnologia não só promove geração de empregos e inovações no mercado, como também, e, principalmente, pode ser convertido para uma melhora da qualidade de vida e do bem estar da população. Logo, é o que podemos chamar de sistema de retroalimentação, na qual o investimento na ciência desencadeia a produção tecnológica que por sua vez servirá como motor para o desenvolvimento econômico e social.
Na Nautilus, temos integrantes de diversas áreas do conhecimento que estão em constante busca do desenvolvimento de tecnologia de ponta e da inovação para a elaboração de um veículo submarino autônomo (AUV, sigla para Autonomous underwater vehicle). Logo, temos como objetivo não só projetar e construir veículos submarinos autônomos, como também desenvolver diferentes aplicações tecnológicas em um contínuo avanço das áreas da robótica e sistemas de automação. No artigo postado no nosso site da UFRJ Nautilus “Ventiladores Pulmonares na UFRJ e a Nautilus - Traçando um Paralelo”, é possível entender como o conhecimento e as técnicas trabalhadas no desenvolvimento de um AUV podem ser aplicados em diferentes projetos, entre eles a elaboração de equipamentos para a área da saúde.
No entanto, qual a importância do desenvolvimento e construção do AUV em si? Diferente de um veículo submarino operado remotamente (ROV, sigla para Remotely operated underwater vehicle), o AUV não precisa estar conectada a uma embarcação por cabos, sendo eles programados para ir e voltar de um determinado local planejado. Mais que reduzir os custos de operação e diminuir o impacto ambiental, o robô submarino autônomo é capaz de coletar e armazenar dados em águas profundas e áreas consideradas inóspitas ao ser humano. Com isso, elimina a necessidade de ação humana ou embarcação de apoio, reduzindo os riscos de segurança pessoal. A sua aplicação pode se dar em diferentes atividades, como para auxiliar nas pesquisas oceanográficas, monitoramento ambiental, detecção de destroços, uso militar e, principalmente, exploração de petróleo e gás no fundo do mar.
Contudo, apesar das vantagens de se utilizar um AUV nas pesquisas e monitoramento submarinos, no Brasil o desdobramento nessa área ainda é bem recente, com pouco estudos acerca de robótica submarina. Demandando conhecimento em inteligência artificial, processamento de imagens e sinais acústicos, a elaboração de um AUV na equipe UFRJ Nautilus consiste desde o seu projeto estrutural até a confecção dos componentes mecânicos do robô submarino, sendo esse totalmente desenvolvido por seus membros com os recursos de nossos patrocinadores. Com isso, há uma grande mobilização interna para a constituição de parcerias que possam contribuir para a garantia das atividades da equipe e o cumprimento de nossa missão. Isto é, tanto pessoas físicas como organizações interessadas na nossa causa e que entendem a sua importância na atual conjuntura política e econômica do país. A UFRJ Nautilus é ainda a primeira e única equipe da América Latina a competir internacionalmente na RoboSub, a maior competição de AUV’s que ocorre em San Diego, EUA. Logo, mais que contribuir para a formação profissional desses alunos, é também uma oportunidade de investir para o desenvolvimento de tecnologia de ponta e inovação no campo dos sistemas de automação.
“Nós nos importamos muito em nos diferenciarmos em tudo. Para a Nautilus, ser bom não é o suficiente e tudo que sai do nosso laboratório deve nos orgulhar”
Culture Deck
UFRJ Nautilus
Escrito por Karen Brêda
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